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Têxtil e Confecção na Bahia: potencial de desenvolvimento econômico

21/10/2024

Têxtil e Confecção na Bahia: potencial de desenvolvimento econômico

O setor têxtil e de confecção da Bahia, reconhecido por sua relevância no contexto regional, ganha novos contornos com a participação do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), no Congresso Internacional Abit. Sediado pela primeira vez na capital baiana, o evento reúne os principais nomes do setor, ao mesmo tempo que destaca o potencial local.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida, assinala a importância desta iniciativa, afirmando que o encontro reflete o compromisso do Governo do Estado com o fortalecimento das cadeias produtivas. Segundo o gestor da pasta, o Estado atuará ativamente no Congresso, oferecendo suporte e orientação ao público participante, além de apresentar um estudo inédito sobre a indústria local. “Este trabalho é um exemplo de realização de política pública de atração de investimentos e desenvolvimento de negócios”, destacou. 

 

Algodão baiano como destaque

Segundo maior produtor de algodão do Brasil, a Bahia se diferencia pelo elevado padrão tecnológico na produção e beneficiamento deste insumo crucial para a indústria têxtil. Em entrevista para o site do Congresso Abit, o secretário Angelo Almeida frisa que o Governo da Bahia está empenhado em estimular a cadeia produtiva, agregando valor às matérias primas, como o algodão, o poliéster, a celulose e as diversas fibras naturais que já são exportados. “A ação de adensamento atende a uma demanda crescente da sociedade e visa atrair novos elos dessa cadeia, como fiação e tecelagem”, afirma.

 

De fato, entre as novas oportunidades de investimento, destaca-se a possibilidade de implantação de um parque industrial voltado para indústrias de fiação, tecelagem e demais manufaturas.

Inovação e sustentabilidade no centro das estratégias

 

Além dos insumos, o Estado busca expandir a produção de químicos para tinturaria e tratamentos inovadores aplicados aos tecidos, de modo a completar a cadeia de valor local. O fortalecimento da cadeia têxtil é uma estratégia para o desenvolvimento econômico sustentável da Bahia. “Assim, é evidente que o adensamento produtivo do setor têxtil baiano, é capaz de movimentar o nosso potencial econômico da maneira mais sustentável e inovadora possível”, assinala o secretário.

 Moda, Design e Economia Criativa

O incremento do setor têxtil na Bahia também abre portas para micro e pequenos negócios voltados para a economia criativa. De acordo com o secretário Angelo Almeida, o mercado de moda e design, em especial, tem um enorme potencial de crescimento, impulsionado pela rica cultura baiana. “As pequenas indústrias de confecção e o mercado de moda local têm tudo para se beneficiar do fortalecimento da cadeia, que valoriza o veio artístico e a ancestralidade cultural da nossa população”, enfatiza.

 

Política pública e atração de investimentos

O estudo inédito que será apresentado no Congresso Internacional Abit faz parte de uma política pública voltada para a atração de investimentos e o desenvolvimento de negócios, segundo o governo baiano. A análise realizada pela SDE mostra que a cadeia produtiva têxtil é estratégica para o desenvolvimento econômico, por ser intensiva no emprego de mão de obra, estimular a economia criativa e agregar valor aos insumos produzidos localmente. Dessa forma, a Bahia se posiciona como um centro de atração para investidores que buscam uma indústria inovadora, sustentável e com grande potencial de crescimento.

 

Com objetivo de diversificar e fortalecer a matriz industrial e agroindustrial, o Programa de Desenvolvimento Industrial e de Integração Econômica do Estado da Bahia (Desenvolve) tem desempenhado papel relevante. O programa visa fomentar a formação de polos industriais nas diversas regiões econômicas do estado, integrando cadeias produtivas essenciais para o desenvolvimento econômico e social e promovendo a geração de emprego e renda.

 

Dados setoriais 

As exportações de algodão da Bahia atingiram volume recorde no primeiro trimestre de 2024, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Ao todo, foram exportadas 114,8 mil toneladas, consolidando a Bahia como um dos principais players do setor no Brasil. O estado é hoje o segundo maior produtor de algodão do país, respondendo por 22,5% da produção nacional na safra 2022/23, segundo informações da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). Para a safra 2023/24, as perspectivas são ainda mais otimistas, com o aumento da área cultivada. Este crescimento é impulsionado pelos bons resultados da safra anterior e pela expectativa de expansão do mercado internacional.

 

Atributos da fibra e vantagens do algodão baiano

 

O alto padrão tecnológico da produção e do beneficiamento são fatores que diferenciam o algodão baiano no cenário nacional e internacional. Neste sentido, destaca-se a qualidade superior das plumas, com comprimento e densidade de fibra altamente desejáveis pela indústria têxtil como um todo.

 

No caso da Bahia, a cotonicultura chama a atenção, com o registro da maior produtividade de sequeiro do mundo, com 320 arrobas por hectare. Outro fator que reforça a posição da Bahia é o desenvolvimento científico e tecnológico. O estado abriga, inclusive, o maior laboratório de análise de fibras da América Latina, localizado no município de Luís Eduardo Magalhães, que investe em pesquisas para o desenvolvimento de tecnologias modernas de melhoramento genético. O crescimento da demanda interna por fios e tecidos, aliado à disponibilidade de áreas para expansão da cultura do algodão e associado aos conceitos de sustentabilidade e circularidade, abre portas ainda para a produção de ração e biocombustíveis, que são aproveitados no desenvolvimento de outras cadeias produtivas.

 


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