27/10/2021

 

A história de quase 100 anos da Santista é marcada por diversas transições. Durante o último século, a empresa que nasceu como fabricante de sacaria para produtos agrícolas, se tornou uma referência global na fabricação de denim e tecidos profissionais.

Em entrevista exclusiva ao site do Congresso Internacional Abit, que acontece nos dias 27 e 28 de outubro e debate a transição no sistema global de moda, Newton Coelho, diretor de negócios da empresa, falou sobre como foi essa jornada de transformações. O diretor também compartilhou um pouco sobre a atual revolução digital da Santista, que, segundo ele, " não se trata somente de incorporar novas tecnologias, pois a verdadeira revolução está na mudança de hábitos pouco produtivos".

Confira abaixo a conversa na íntegra.

 

Newton, o tema do Congresso Internacional Abit deste ano é a Transição no sistema global de moda. A Santista é uma empresa fundada há quase 100 anos, vivenciando diversas transformações. Você poderia citar quais foram os grandes marcos em mudanças?

Nos 92 anos da Santista, sofremos diversas mudanças, como a diversificação e mudança considerável no portfólio de produtos oferecidos aos clientes, além da internacionalização e posteriormente uma tentativa de globalização da Santista. A empresa que nasceu como fabricante de sacaria para produtos agrícolas, se tornou uma referência global na fabricação de denim e tecidos profissionais. Como consequência natural, a Santista expandiu seus horizontes, passando a exportar grande parte de sua produção nacional. Com o tempo também vieram fusões e aquisições, que tiveram impacto profundo na vasta oferta de produtos da companhia. Tivemos mudanças também nos controladores da empresa, até que no final de 2020, a Santista foi adquirida por um grupo de investidores brasileiros. Apesar de tudo isso, a Santista conservou uma cultura forte, comprometida com a melhora do meio ambiente e busca de um impacto social positivo. Nada seria possível sem o compromisso de seus colaboradores.

 

Em toda sua jornada, a Santista não só acompanhou as transformações como cooperou no conhecimento e capacitação do mercado, por exemplo: na introdução de denim no país, as empresas não sabiam como lidar com o produto, então criamos a assessoria técnica à confecção para preparar o mercado, seguido da assessoria de moda para acompanhar e compartilhar as evoluções estéticas do segmento. Na sequência, foi implementada uma a assessoria técnica à lavanderia. Com o compromisso de desenvolver o mercado, criamos a Universidade Santista – UST para levar o conhecimento de todo o processo do denim e beneficiamento do jeans a estudantes e profissionais do setor, que até 2019 somam mais 5000 pessoas.

 

Nos últimos anos, principalmente durante a pandemia, houve uma revolução no mercado, graças à popularização do digital. Como a Santista se adaptou a essa nova realidade.

Ainda estamos no meio do processo que chamamos transformação digital. As tecnologias mudaram bastante, principalmente no que se refere à comunicação instantânea e integração de equipamentos, algo inerente à indústria 4.0. Mas não se trata somente de incorporar novas tecnologias, pois a verdadeira revolução está na mudança de hábitos pouco produtivos, ganho de velocidade na criação e desenvolvimento de novos produtos, maior eficiência nas comunicações e divulgação para o mercado. Além disso, há a necessidade de capacitação de um grande contingente de colaboradores para absorver as novas tecnologias e adotá-las como algo natural. No final, a combinação de mãos e máquinas continuará a fazer a diferença.

 

Ainda sobre esse tema, o Congresso tem um painel que aborda a comunicação no ambiente digital. Você poderia falar um pouco da importância da comunicação no momento da venda B2B?

Temos um foco bastante grande na divulgação de nossos produtos para os clientes diretos e varejo. Porém, em tempos de mídias sociais, o acesso ao material ficou mais democrático e exigiu maior atenção às tendências do mercado de moda e comportamento humano. Não se trata mais de vestir somente, mas de participar das mudanças comportamentais que a exemplo do que tivemos nos últimos dois anos, alterou completamente o cotidiano e os hábitos de consumo e de vestir de quase toda a humanidade. É um exercício diário de interpretação de desejos, comportamentos e antecipar as tendências, para assim criar produtos aderentes aos novos consumidores  e rapidamente comunicar para o mercado e clientes potenciais utilizando os meios digitais como facilitadores. Temos no site a área do cliente onde ele acessa informações relacionadas a produto, cuidados necessários, receitas de lavanderia e posicionamento de status de seus pedidos. Seguimos trabalhando para aumentar a interatividade, entendendo as principais demandas e assuntos mais relevantes para nossos clientes.

 

E sobre o evento, quais são as expectativas? O que na sua opinião ele representa para o mercado?

A Abit é uma das entidades mais respeitadas no Brasil, por sua postura pró-mercado e voltada para um Brasil melhor para todos. Para nós da Santista, é sempre honra e privilégio participar do congresso internacional da Abit, pois representa uma oportunidade de atualização sobre os temas que mais influenciam o mundo e que nos levam a uma reflexão do que podemos fazer melhor, para assegurarmos longevidade e sustentabilidade para nossa empresa. Estar conectado neste ambiente tão próspero é fundamental para expandirmos nossa visão de futuro e ações imediatas que nos permitirão chegar adiante.

 

Sobre o Congresso Internacional Abit

O Congresso Internacional Abit é a conferência anual da Abit. O evento promove, desde 2016, a interação e networking entre empresários têxteis, confeccionistas, varejistas de moda e especialistas nacionais e internacionais, sempre trazendo muito conteúdo para o setor. Normalmente, reúne mais de 390 pessoas em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Porém, no ano passado, realizou uma bem sucedida versão online. Em 2021, acontece nos dias 27 e 28 de outubro de maneira digital. 

 

 

 

 

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