28/10/2024

O novo consumidor sob a ótica de especialistas em mercado

Consumidores brasileiros vão às compras porque necessitam ou, literalmente, desejam a moda? Sob o enfoque dos desafios e das oportundades que hoje se apresentam, o Painel 6 do Congresso Internacional Abit 2024, sob a mediação do gerente de desenvolvimento estratégico sustentáveldo SENAI CETIQT, Marcelo Ramos, traz especialistas e cases de sucesso que lançam o olhar sobre a questão.

Segundo Ramos, a relação com o novo consumidor é essencial para obter informações e planejar estratégias empresariais. Na visão do especialista, tecnologias como o multicanal permitem monitorar o comportamento de compra, preços e produtos, oferecendo ao empresário a base para se adaptar às demandas e tendências globais.

A influência crescente das plataformas digitais e marketplaces nas escolhas do consumidor é algo que exige atenção por parte de quem empreende. Neste contexto, o uso de inteligência artificial para mapear comportamentos e direcionar ações estratégicas é visto como diferencial competitivo.

O especialista lembra que, apesar de as plataformas oferecerem vantagens de preço e conveniência, “não raro geram concorrência desleal com a indústria brasileira, que enfrenta altos custos de produção e rigorosos padrões trabalhistas”.

Marcelo Ramos assinala que orientar o consumidor sobre temas como sustentabilidade e responsabilidade social é igualmente fundamental. “O consumidor se mobiliza, buscando produtos e marcas que, na origem, preocupam-se com os impactos ambientais e as condições de trabalho envolvidas na produção”.

Na visão do executivo, empresas que integram esses valores em suas operações e os comunicam claramente ao consumidor “terão mais êxito na construção de uma relação de confiança e lealdade no mercado”.

 

O guarda-roupa volta a se diversificar

Edwina Kulego, VP of International & Men’s Fashion do MMGNET Group, tem um conhecimento sobre o comportamento de compra que abrange o empresário e o consumidor final. A executiva lembra que, nos últimos quatro anos, a buscas on-line por bem-estar e o autocuidado cresceram exponencialmente. “Em com mais de 1200 entrevistados nos EUA, observamos que os consumidores interessam-se por peças clássicas, mas com toques modernos”.

Nesta linha, Edwina Kulego cita peças de crochê macias para moda feminina ou roupas de descanso acolhedoras no masculino. Desta forma, ela exemplifica o desejo coletivo por suavidade e sensação de aconchego como um ato de cuidado.

Ao mesmo tempo, a executiva destaca na pesquisa a retomada das atividades sociais após a pandemia, o que inclui o desejo por viagens. Os consumidores, conforme a pesquisa, demonstram interesse por várias categorias – de peças para ficar em casa a roupas de ginástica, sem esquecer trajes de viagem e roupas formais. “O retorno à dinâmica social e profissional traz junto a exigência por maior variedade no vestuário. E as marcas devem estar atentas a este movimento”.

 

Transformação na era digital

Para o diretor da marca Lupo Sport, Rogério Guimarães, a transformação no comportamento e atitudes do consumidor contemporâneo gira em torno da sustentabilidade, da personalização e de experiências digitais. “A transformação é constante e inclui a integração entre tecnologia e moda, numa referência ao uso de roupas inteligentes, o que é algo que ganha força e abre novas oportunidades”.

Sob este ponto de vista, o executivo revela que, no contexto da Lupo Sports, a busca pela inovação é um dos pilares do negócio. “Inovar não significa apenas acompanhar as tendências, mas também antecipar demandas e oferecer produtos que tragam conforto, funcionalidades e estejam em conformidade com a sustentabilidade, como as peças tecnológicas que desenvolvemos”.

A plataforma Fast Lupo é a concretização da proposta de omnichannel da marca. “Investimos fortemente em canais digitais e físicos para estarmos com este novo consumidor”, ressalta Guimarães.

O executivo dá destaque ao ESG dentro da política da Lupo. “No atual momento da moda, indiscutivelmente esta é a pauta princial”. E, no caso da Lupo, as boas práticas já estão enraizadas. “Estes valores integram a cultura da Lupo há mais de 100 anos. Valorizamos práticas que respeitam o meio ambiente, promovem o bem-estar social e asseguram uma gestão ética e responsável”, finaliza.

Consultoria alinhada com a contemporaneidade

O comportamento do consumidor, servindo com vertor para tantas transformações de mercado, está também no radar da McKinsey & Company.

Presente ao Congresso Abit, neste painel da consultoria empresarial norte-americana que aconselha empresas, governos e outras organizações em consultoria estratégica, estará representada pelos executivos Martha Torres e Pedro Fernandes, ambos sócios da companhia.