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Painel 5 | O Desenvolvimento Sustentável como driver estratégico para a competitividade

23/08/2024

Sustentabilidade como passaporte para internacionalização

 A sustentabilidade é tema essencial na pauta de políticas institucionais e planos de negócios, capaz de inserir empresas e marcas no contexto global.

Questões ligadas ao ESG crescem em importância na cena dos negócios para se tornarem parte integrante da agenda de governos, empresas e organizações focadas em comércio exterior.

Neste sentido, a dinâmica internacional faz com que o tema da sustentabilidade esteja em destaque no Congresso Internacional Abit 2024. Tendo como foco O desenvolvimento sustentável como driver estratégico para a competitividade, o Painel 5 da programação traz especialistas em áreas ligadas a mudanças climáticas, uso correto dos recursos naturais, gestão de resíduos e preservação da biodiversidade. Abordará também as regulamentações disponíveis, além de recursos que podem mudar tanto modelos de negócios e quanto as relações ao longo da cadeia de valor.

Analista da área de Sustentabilidade e Inovação da Abit, Luiza Lorenzetti, recorda que, desde o início, em 2016, o Congresso Abit traz a Sustentabilidade permeando discussões em diferentes painéis. “O tema é de grande importância em nível global, como é essencial para empresas que desejam garantir a perenidade dos negócios”.

Ter diferencial competitivo supõe incluir a sustentabilidade no plano estratégico, segundo a executiva. “Além de reduzir riscos ambientais e sociais, a prática resultará na diminuição de custos operacionais, na conquista de oportunidades de mercado, com maior chance atender às expectativas de consumidores e investidores”.

No caso da Abit, a entidade atua a partir de extensa agenda institucional. Entre os aspectos contemplados estão: parcerias com organizações nacionais e internacionais, participação de discussões em esferas privadas e públicas sobre soluções para os desafios (como transparência, mudanças climáticas, erradicação do trabalho escravo etc.), apoio ao trabalho de outras entidades que fortalecem as boas práticas do setor.

 

Ações concretas na União Europeia

O convidado dinamarquês Lars Fogh Mortensen, especialista em Economia Circular, Têxteis e Plástico participa de forma on-line do painel, representando a Agência Europeia de Meio Ambiente (EEA). O pesquisador afirma que houve avanços significativos nos últimos anos na União Europeia em relação às políticas relacionadas com a produção, utilização e eliminação de têxteis.

“Em 2022, a Comissão Europeia propôs a Estratégia para Têxteis Circulares e Sustentáveis, delineando a agenda política para anos seguintes”. A partir daí, segundo Mortensen, surgem regulamentações concretas. Entre elas, inclui-se o regulamento Eco-design para Produtos Sustentáveis. “O instrumento propõe, entre outros, requisitos de design relacionados a qualidade e durabilidade para têxteis disponíveis na UE”.

O pesquisador refere-se também ao desenvolvimento de um “passaporte de produto” para têxteis e outros artigos comercializados naquela região. “Os países da UE são obrigados, assim, até 2025, a recolher resíduos têxteis como uma fração separada e a desenvolver regimes de responsabilidade alargada do produtor para os têxteis”.

 

O Brasil e a economia circular

Outra participação no painel é a coordenadora-geral de Bioeconomia e Economia Circular, ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Sissi Alves da Silva. A convidada fala, na ocasião, sobre a Estratégia Nacional de Economia Circular (ENEC), criada em junho último.

O novíssimo recurso visa promover a transição do modelo de produção linear – isto é, aquele que vai da extração, passa pela produção e termina no descarte –, para uma economia circular. Desta forma, “incentiva o uso eficiente de recursos naturais e práticas sustentáveis ao longo da cadeia produtiva”, observa Sissi Alves.

A ENEC, segundo a coordenadora do programa, “disponibiliza instrumentos financeiros e financiamentos destinados à economia circular, para o envolvimento dos trabalhadores deste setor”, finaliza.

 

Boas práticas na programação

O Congresso Internacional Abit 2024, como habitualmente faz, traz para este painel empresas que têm direcionado recursos e esforços para implantação de boas práticas na atuação no mercado.

Sob este aspecto, o Head de Sustentabilidade da C&A, Leandro Ito, reforça que tais ações contribuem para os ganhos da empresa, tanto financeiros quanto institucionais. “São práticas que frequentemente resultam em redução de custos operacionais, como economia de energia, diminuição do desperdício de recursos e eficiência nos processos produtivos”, enumera. Além disso, observa que empresas sustentáveis tendem a “atrair investimentos e a se beneficiar de incentivos fiscais, bem como reduzem riscos regulatórios e de imagem que poderiam acarretar perdas financeiras significativas”.

O executivo salienta que a inclusão no Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 (ISE B3) é exemplo de como as práticas ESG contribuem para reputação da marca. “A obtenção de prêmios como o Prêmio ECO da Amcham reforça a reputação da C&A no mercado”.

 

Ações no mercado externo

Paulo Amaury Sarmento Costa comparece ao Congresso para expor o case Nova Kaeru,empresa essencialmente exportadora. “A apresentação qualificada ao mercado global é condição essencial para a internacionalização bem sucedida”.

Expoente no setor coureiro e conhecida pelo design dos produtos, a Nova Kaeru é pioneira no aproveitamento do couro de pirarucu da Amazônia. “Nossa história está ligada à participação regular em feiras e eventos internacionais – em Paris, Milão e Nova York –, com apoio da ApexBrasil, CICB e Abit”, informa.

 

ESG como visão estratégica

A presidente do Grupo Lunelli, Viviane Lunelli, por sua vez, traz para o painel os valores desenvolvidos ao longo da trajetória de quatro décadas da empresa. “O investimento em cada eixo –ambiental, social ou governamental –, de forma alinhada com o planejamento, traz resultados para todos os aspectos do negócio”, observa. Para ela, os avanços nos campos social, econômico, ambiental ou de governança são resultado da visão ESG integrada ao negócio.