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Painel 3 debate política industrial como pilar de competitividade

20/09/2024

Painel debate política industrial como pilar de competitividade

 

O Painel conduzido pelo Diretor-Superintendente da Abit, Fernando Pimentel, estabelece a interface entre o mercado e entidades governamentais visando esclarecer questões e apontar soluções que tornem a indústria mais competitiva.

 

Sob o tema Política Industrial como Fator Chave de Competitividade, o terceiro painel do Congresso Internacional Abit 2024 reunirá, no dia 30 de outubro, importantes vozes do cenário político e econômico, que de certa forma atuam no cerne das diretrizes industriais do país. Tendo o Diretor-Superintendente da Abit, Fernando Pimentel, como mediador, o painel abre a discussão sobre objetivos e metas a serem perseguidos, considerando oportunidades que se apresentam, obstáculos existentes e meios para superá-los.

“O tema é de suma importância para o futuro da indústria brasileira e, consequentemente, para o desenvolvimento econômico do país”, assinala o dirigente da Abit. Ele destaca ainda que a política industrial,quando bem formulada e implementada, “tem o poder de impulsionar a inovação, aumentar a produtividade e fortalecer a posição competitiva das empresas brasileiras no cenário global”.

Fernando Pimentel destaca a representatividade do tema e dos participantes do painel no cenário político e econômico. “Estarão presentes especialistas atuantes, preparados e engajados com a atual realidade brasileira”. Para o Diretor-Superintendente da Abit, o momento pede discussões eficazes que gerem um ambiente propício para o crescimento industrial sustentável.

 

Internacionalização por meio da ApexBrasil

Mariele Christ, coordenadora de Indústria e Serviços na ApexBrasil, traz ao Congresso Abit 2024 a proposta de promoção dos produtos e marcas brasileiras no mercado internacional, implementada ao longo de duas décadas. “Da mesma forma, a ApexBrasil, por meio de seus programas e parcerias, tem trabalhado fortemente na atração de investimentos internacionais”.

A executiva destaca que a agência visa sensibilizar as empresas sobre a importância de uma visão global, incentivando-as a entender que o mundo todo é um campo de atuação. “Com a globalização acelerada, é essencial que as marcas brasileiras estejam preparadas para competir internacionalmente, pois outros países também atuam no Brasil”, afirmou.

A ApexBrasil busca fomentar essa mentalidade global desde o início da trajetória dos empresários. Além disso, ao atrair investimentos internacionais, o Programa TexBrasil, em parceria com a Abit, contribui diretamente para a injeção de receitas na economia e a criação de empregos, especialmente no setor industrial. Mariele reforçou a importância desse papel para o fortalecimento da economia nacional.

O novo planejamento estratégico da ApexBrasil contempla cinco diretrizes. A sustentabilidade das empresas, por exemplo, visa projetar a imagem global do Brasil, como país sustentável e inovador. Outro asepcto é a diversificação das empresas apoiadas, com foco em regiões como o Norte e o Nordeste, que têm potencial para crescer e se consolidar como exportadoras.

A inclusão de micro e pequenas empresas no mercado internacional é outra vertente. “Visamos desmistificar a ideia de que só uma grande empresa pode exportar”, pondera a executiva. Além disso, as diretrizes incluem equidade de gênero, incentivando a participação de mulheres nos negócios internacionais, e a diversificação dos destinos de exportação, buscando aumentar a competitividade do Brasil e suas marcas globalmente.

 

BNDES: implementação de programas e linhas de crédito

José Luis Gordon, Diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior, participa do Painel e destaca o papel histórico do BNDES no apoio ao setor têxtil e de confecção. “Nos últimos dez anos (2013-22), o banco financiou mais de R$ 7 bilhões em investimentos no setor, sendo 70% destinados a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs)”, recorda, citando as linhas indiretas como principal recurso, por meio do qual o crédito é acessado junto a agentes financeiros credenciados. Este suporte é essencial, especialmente para MPMEs. Gordon ressalta que há espaço para aprimorar esse apoio, e o BNDES está em busca de novas soluções.

Lançado em 2023, o Programa BNDES Mais Inovação permite às empresas financiar planos de inovação com custo em Taxa Referencial (TR). Na modalidade indireta, os recursos são usados para adquirir máquinas e equipamentos da Indústria 4.0, modernizando processos produtivos.

O BNDES estrutura o Novo Programa Brasil Mais Produtivo, em parceria com MDIC, Senai, Finep e Embrapii, que oferece apoio não-reembolsável para projetos focados no aumento da produtividade.

Outros instrumentos oferecidos estão o Fundo Garantidor para o Investimento (FGI) e o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (FGI PEAC), destinado às MPMEs junto a outras instituições financeiras.

 

CNI aponta desafios e oportunidades

O setor têxtil e de confecção enfrenta desafios estruturais importantes para ampliar sua competitividade no mercado global, assinala o Diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Rafael Lucchesi. “Por um lado, há questões comuns a diversas indústrias, como o alto custo do capital, a complexidade do sistema tributário e as dificuldades de acesso ao crédito que permitam investimentos de longo prazo”, enumera.

Lucchesi, que também é Diretor-Superintendente do Sesi, recorda questões específicas do setor, como a perda de competitividade no mercado internacional e a concorrência crescente com produtos importados — por meio das vendas crescentes em grandes plataformas digitais. A estas se somam a defasagem de maquinário e as margens reduzidas, contribuindo para alta rotatividade de mão de obra, com restrições à oferta de salários mais atrativos.

Ao mesmo tempo, o dirigente da CNI destaca que o setor vislumbra oportunidades significativas, especialmente com o alinhamento às vantagens comparativas brasileiras e à nova política industrial do país, a Nova Indústria Brasil (NIB). “Tendências globais, como descarbonização e digitalização, oferecem rotas promissoras para o fortalecimento do setor têxtil e de confecção”. O avanço em pesquisas nos campos da biodiversidade e da digitalização são outros aspectos positivos apontados.

Como ação positiva, segundo Rafael Lucchesi, a CNI busca incluir a cadeia têxtil e de confecção em novas câmaras de diálogo governo-indústria para melhorar a competitividade internacional do setor.