20/09/2024

Painel promove análise de oportunidades e desafios globais

 

No primeiro dia do Congresso Internacional Abit 2024 (30/10), em Salvador, o Painel 1: Explorando os Mercados Internacionais terá a mediação da superintendente de Projetos Estratégicos da Abit, Lilian Kaddissi. O propósito central desta ação será destacar os principais mercados internacionais para a indústria têxtil e de confecção brasileira, analisando oportunidades e desafios que estes targets representam.

Lilian Kaddissi enfatiza a relevância de se entender o panorama global. Neste sentido, destaca a participação das empresas Euromonitor, Blanc e Maria Pavan neste contexto, trazendo uma visão detalhada sobre os mercados e os principais players importadores. “A ideia é promover a reflexão sobre o papel do Brasil no cenário internacional”, comenta.

 

Internacionalização personalizada

A executiva da Abit Lilian Kaddissi lembra que o processo de internacionalização das marcas brasileiras deve ser feito de forma estratégica e personalizada, com o objetivo de garantir resultados duradouros.

Nos primeiros anos, segundo ela, o retorno dos investimentos pode ser gradual, mas a definição de nichos específicos é essencial para se enfrentar a concorrência internacional.

Neste sentido, o programa TexBrasil, parceria entre a Abit e a ApexBrasil, oferece suporte para a internacionalização, incluindo descontos de até 65% na locação de espaços e montagem de estandes em feiras internacionais.

 

Benefícios para o mercado interno

Além da expansão da presença global das marcas, Lilian Kaddissi argumenta que a internacionalização traz benefícios igualmente significativos no mercado interno. Segundo a executiva, o processo melhora a eficiência dos processos produtivos, estimula a inovação, e promove o desenvolvimento de novas tecnologias e designs.

“Ao diversificar sua base de clientes, as empresas brasileiras se preparam melhor para competir globalmente, sem depender exclusivamente de preços, mas sim de uma oferta de valor diferenciada”, frisa.

 

 

Visão panorâmica, moda como negócio

Michel Piroutek, Research Analyst da Euromonitor, destaca que a empresa atua na área de inteligência de negócios com escritórios em 16 países. Além disto, realiza, em mais de 100 países, a cobertura de diferentes indústrias e “verticais” ou categorias de consumo no varejo. “A metodologia consiste na triangulação de informações, fazendo uma varredura por todo o conteúdo público disponível na mídia e outras fontes, além do que está em loja (física e on-line)”, revela. 

Responsável pelas indústrias de vestuário e calçados do Brasil, Piroutek verifica a cada ano o tamanho deste mercado, o ranking dos players, os canais de vendas e as principais tendências do setor, incluindo dificuldades e oportunidades.

O executivo da Euromonitor trará para reflexão aspectos como: mudanças de dinâmica nos canais de venda na América Latina; dificuldades que cada país enfrenta nos últimos anos; motivações e mudança de perfil do consumidor, além de expectativas futuras. Segundo Piroutek, há possibilidade de se criar rankings globais, identificando o nível de consumo do Brasil. “Há categorias com maiores oportunidades de crescimento, nas quais já possuímos atuação mais madura”.

 

Resposta do mercado

Durante o painel, vem à tona o desempenho da marca Maria Pavan, que participa do projeto TexBrasil há mais de dez anos. A CEO da empresa, Mariana Pavan, compartilhará como a marca familiar estabeleceu-se no mercado norte-americano, explorando um nicho específico na moda feminina.

“A marca consolidou-se no mercado internacional quando contratamos representantes locais”, conta Mariana Pavan. Segundo ela, foi muito importante contar com estes agentes locais. “A partir daí, a marca conquista credibilidade junto aos compradores, pois passa a estar representada por um representante americano, que conhece as lojas e tem expertise naquele mercado”.

A participação em feiras internacionais tornou-se habitual. “Os clientes nos procuram, adoram nossa proposta de moda. E quando veem que a Maria Pavan conta com showroom, com uma presença física no país, sentem-se à vontade para fazer o negócio”. A empresária frisa que o pagamento feito por eles no próprio país é outro fator que agrega segurança à compra.

A adequação do produto às características do público feminino específico foi também determinante. “Aos poucos fomos adaptando nossas coleções e produtos a esta clientela. Então a venda começou a ser mais assertiva”, assegura Mariana Pavan, observando que as vendas da marca ocorrem majoritariamente, hoje, nos Estados Unidos.

Com esta perspectiva, Lilian Kaddissi, da Abit, destaca a importância da adaptação do produto ao mercado alvo como “fator-chave para o sucesso internacional”.

 

Marketplace do atacado de moda

Outro destaque será a Blanc Fashion, empresa que se consolidou no mercado europeu, servindo como um exemplo de sucesso no formato marketplace de moda.

A Blanc, como lembra a diretora-executiva Manoela Amaro, atua por meio de plataformas digitais para o atacado. “As marcas de moda brasileira podem, assim, manter presença B2B global e constantemente, integrando-se de forma eficaz ao mercado internacional”. 

A executiva ressalta que o diferencial da Blanc está justamente em seu modelo híbrido, combinando tecnologia proprietária e estratégias de marketing que promovem ativamente as marcas.

O modelo de serviço da Blanc contempla uma estrutura de Brand Success, que oferece suporte abrangente para adoção de tecnologia e curadoria especializada. “Nosso modelo híbrido também oferece suporte para participação em eventos físicos, garantindo que preparo para que as marcas enfrentem desafios globais”, salienta Manoela. Este suporte, segundo ela, tem sido determinante para acelerar a integração da marca no cenário de negócios. “Neste ambiente a agilidade digital é essencial na conquista de novos mercados e para a construção de parcerias internacionais sólidas”.

 

Sobre o Programa TexBrasil

O Programa de Internacionalização da Indústria Têxtil e de Moda Brasileira (Texbrasil) atua junto às empresas do setor têxtil e de confecção no desenvolvimento de estratégias para conquistar o mercado global. Ao longo de 20 anos, já auxiliou cerca de 1,6 mil marcas a entrar na trilha da exportação, realizando 9 bilhões de dólares em negócios.

O Programa é conduzido pela Abit em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Em 20 anos, o Texbrasil já realizou mais de 7 mil ações, incluindo quase 450 edições de feiras internacionais.

O Programa é feito para todos os tipos de empresas, desde micro, até grandes. Cerca de 70% das participantes são micro, pequenas e médias empresas. Com o intuito de apoiar as marcas a fazer novos negócios, o TexBrasil as colocou em contato com mais de 1500 compradores internacionais qualificados.