Os caminhos de internacionalização do Made in Brazil
11/10/2024
Simone Jordão e os caminhos de internacionalização do Made in Brazil
Com objetivos e práticas alinhados a propostas internacionais, a consultora de negócios Simone Jordão tem apontado a empresas brasileiras a direção da internacionalização.
A consultora Simone Jordão comparece ao Congresso Internacional Abit 2024 trazendo sua expertise de duas décadas dedicadas ao trabalho de internacionalização de marcas brasileiras. A empresária carioca marca presença no evento em Salvador apresentando estratégias e iniciativas da sua empresa para conectar marcas made in Brazil a mercados globais.
Simone, que participa ativamente de feiras internacionais ao longo do ano, destaca que eventos como a Coterie Nova York, a Magic e a Sourcing Las Vegas são fundamentais para a inserção da moda brasileira no mercado exterior. “Em 2024, mais de 100 marcas brasileiras participaram destes encontros. Trata-se de uma grande oportunidade para prospectar mercado e iniciar negócios, o que também exige preparo e adaptação”, afirma a consultora.
Oportunidades e desafios no mercado global
Segundo Simone Jordão, a internacionalização de marcas brasileiras é processo que vai além da simples participação em feiras. Exige uma transformação na gestão e no entendimento das demandas do mercado internacional. “O panorama externo é cheio de oportunidades, ao mesmo tempo que exige adaptação a seus modelos de negócios”, explica.
Exemplo de sucesso, segundo Simone, é a Farm Rio, que, “ao destacar a sua identidade brasileira e adequar a produção, obteve importante reconhecimento no cenário internacional. “Ao acrescentar ‘Rio’ ao nome, a Farm reforçou sua conexão com o Brasil, o que foi essencial para o crescimento fora do país.”
Matchmaking e conexões estratégicas
A estratégia de internacionalização vai além da simples exposição em feiras. Por meio de um programa de matchmaking, Simone Jordão conecta compradores e expositores, promovendo encontros durante as feiras e estabelecendo relações comerciais sólidas. “Agendamos reuniões, estabelecemos conexões e oferecemos oportunidades de marketing. Esse trabalho é essencial para garantir que as marcas encontrem os parceiros certos”, diz a consultora.
A parceria com a ApexBrasil e o programa TexBrasil são essenciais neste processo, pois fornece recursos fundamentais para a expansão internacional. “Sem estes projetos, não teríamos tantas marcas brasileiras participando de eventos de alcance global”, complementa.
Foco em sustentabilidade e nearshoring
Outro ponto de destaque na estratégia de internacionalização das marcas brasileiras é a crescente demanda por práticas sustentáveis. Simone observa que, em feiras como a Sourcing at Magic, o conceito de nearshoring — em que empresas buscam parceiros próximos geograficamente — está cada vez mais em voga. “O Brasil, com sua integração vertical e foco em sustentabilidade, se torna um parceiro atraente para compradores internacionais que buscam soluções responsáveis.”
Moda brasileira, diferencial criativo
A originalidade e a criatividade das marcas brasileiras são pontos fortes. Nas feiras internacionais de moda pronta, como a Coterie e a Magic, os compradores estão sempre em busca de produtos inovadores, que fujam do mercado de massa. “As marcas brasileiras oferecem peças exclusivas, com um toque de autenticidade que atrai muito o público internacional”, observa.
Entre os segmentos que mais se destacam nas feiras estão a moda praia e a moda feminina. Simone Jordão salienta que há grande potencial de crescimento de negócios nos mercados esportivo, infantil e masculino para o Brasil.
MGNET Group: conexão e expansão global
O grupo MGNET, responsável por feiras como a Magic e a Sourcing at Magic, tem sido um aliado das marcas brasileiras no processo de internacionalização. Em 2023, seus eventos atraíram quase 100.000 profissionais do setor, criando oportunidades para networking e negócios. “Estes eventos são eficazes para empresas que visam destaque no mercado global”.
“A Coterie, por exemplo, é ideal para marcas de pequeno porte, focadas em design e com um DNA forte”, afirma. Já a Magic é mais apropriada para empresas de médio a grande porte, que competem em mercados mais sensíveis ao preço.
Consistência e Perseverança
Simone Jordão observa que o sucesso no mercado internacional não é imediato. “As empresas precisam de consistência e perseverança. Participar de uma única feira não é suficiente. É preciso ter uma estratégia de longo prazo para ouvir o mercado e fazer as adaptações necessárias.”
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