Desafios do mercado internacional na pauta da Jolitex
23/08/2024
Desafios do mercado internacional na pauta da Jolitex
A conquista do mercado internacional depende do fortalecimento da indústria a partir de políticas voltadas para o segmento, na visão do executivo da Jolitex.
Os caminhos que levam as empresas brasileiras do setor têxtil e da confecção ao comércio exterior são ora mais, ora menos desafiadores. O desempenho depende tanto do panorama global quanto do nacional. Neste sentido, o empresário Eduardo Katz, diretor da Jolitex, assinala que aspectos ligados à política econômica, como o “Custo Brasil”, dificultam a ação das empresas. Contudo, ele olha com otimismo para o horizonte: “As dimensões e o potencial do mercado interno continuam sendo estímulo para o empresariado da área”.
Retração nas exportações merecem atenção
A participação externa da Jolitex no mercado internacional vive período de retração. Exportar, porém, continua na pauta dos negócios da empresa. Eduardo Katz destaca que, embora a exportação já tenha tido maior relevância dentro da empresa, o comércio exterior funcionou sempre como complemento.
Especializada na produção de colchas, cobertores e tapetes domésticos, a Jolitex sempre teve seu foco principal voltado para o mercado nacional, destinando de 10% a 15% de sua produção para exportações.
Necessidade de políticas eficazes para exportar
Sobre a possibilidade de o Brasil recuperar posições como exportador, Katz argumenta que falta incentivo governamental. “O Brasil tem agilidade; quando há oportunidade, o empresário investe e produz. Onde há incentivo, há novas fábricas, há empregos e negócios”.
Para o executivo, o “Custo Brasil” exige atenção. “Não basta baixar uma tarifa de ICMS: há questões trabalhistas e o Custo Brasil em geral. É preciso trabalhar esta área para incentivar a produção e desburocratizar os processos”, enfatiza.
Impactos da economia nacional
Em relação à economia do país nos últimos anos, Katz ressalta que, apesar das questões políticas, o ano 2024 tem sido, no caso da Jolitex, razoável. O executivo expressa, contudo, incerteza sobre o impacto da alta do dólar e menciona que “medidas populistas podem gerar ônus difíceis de administrar”. No entanto, Katz reconhece as dimensões e o potencial do mercado interno brasileiro, o que tem sido “um fator positivo para a empresa”.
Fundada há 65 anos, a Jolitex está sediada em São Paulo, com unidades produtivas em São Bernardo do Campo e Diadema. Embora já tenha exportado para todos os continentes, a empresa tem restringido recentemente seus negócios internacionais aos países do Mercosul. Em 2024, a atuação da Jolitex tem sido exclusivamente nacional.
Planos de otimização do mix
No âmbito interno da Jolitex, Eduardo Katz revela planos de otimização na área comercial. As metas concentram-se na pulverização das vendas e ampliação do mix de produtos, além de esforços para cortar despesas, “algo necessário para todos hoje”.
A empresa atualmente produz 50% do que comercializa, mas gostaria de atingir 100% de sua capacidade produtiva. “Adequamos a mão de obra à atual capacidade produtiva e de absorção pelo mercado”, afirma, destacando que as dificuldades existem desde 2014.
Katz ressalta a competitividade da indústria nacional em termos de inovação, somada à agilidade do empresariado brasileiro. “Trata-se de uma indústria que precisa de política adequada para continuar sendo competitiva”, finaliza.